Será que chegámos ao ponto de ter
de criar títulos alusivos a reality shows
para divulgar temas importantes e para o fazer, de facto, ler o artigo?
Espero que o facto de este título
ser parecido ao título do reality show Kepping
up the Kardashains não seja a verdadeira
razão pela qual decidiu prosseguir com a sua leitura. Mas já que aqui está,
posso então falar-lhe de uma temática intemporal que tem adquirido grande
destaque nos últimos anos: Refugiados.
E foi exatamente subordinada ao
tema “A Crise dos Refugiados na Europa e as mobilidades transnacionais” que
pela voz da Dr.ª Joana Ribeiro do Centro de Ciências Sociais (CES) de Coimbra se deu uma sessão de sensibilização e debate no auditório professor Américo
Gonçalves, na Escola Secundária de Peniche, no dia 7 de janeiro, pelas 15h.
Recorrendo a um enquadramento
histórico-social no sentido de integrar no tempo e no espaço os alunos dos
diferentes cursos (profissionais e científico-humanísticos) e anos (10.º e 12.º
anos) discutiram-se as mais variadas matérias, desde questões geográficas a
nível de fronteiras e do fecho ou não das mesmas, ao estatuto de refugiado, bem
como a desconstrução de mitos, e a definição de diversos conceitos relacionados
com migrações (imigrante, por exemplo).
Abordaram-se, também, questões
relacionadas com as medidas político-sociais levadas a cabo por uma
generalidade de países, e os impasses à deslocação e acolhimento dos
refugiados.
Como não podia deixar de ser, os
números não mentem. E, como tal, para suportar estaticamente o discutido,
apresentaram-se diversos dados, nomeadamente de ACNUC, entre outros, com a
finalidade de ampliar não só o conhecimento dos alunos, como dar-lhes a
conhecer os factos, os números, a realidade. Mostrar-lhes as proporções,
fazendo uma comparação entre turistas, refugiados, migrantes, requerentes de
asilo, entre outros.
A questão dos Refugiados, como
discutido em debate com alunos e professores, passou pela transmissão desta
temática nos media como entrave ao conhecimento amplo da questão nas camadas
mais jovens do país. A verdade, e como debatido em sessão, é que temáticas como
a Guerra Civil da Síria são poucas vezes
relacionadas com a origem dos refugiados sírios, por exemplo.
Outra das questões pela qual a
oradora foi interpolada, foi precisamente a ajuda a refugiados em deterioração,
neste caso concreto, de sem-abrigo, questão à qual respondeu de forma
esclarecedora e eficiente.
A sessão contou com a presença de
elementos da Equipa da Biblioteca/Centro de Recursos em associação com a secção
da Amnistia Internacional da Escola Secundária de Peniche, dinamizadoras da
sessão pelos seus coordenadores, Maria José Gonçalves e Fausto
Costa, respetivamente, e, ainda, com as extraordinárias e surpreendentes
performances do Clube de Teatro e da turma do 12º ano do Curso Profissional de
Animação SócioCultural (CPASC) sobre a temática dos Direitos Humanos com a
coordenação da professora Laura Diniz.
Agora que chegou ao fim do
artigo, pense nisto: se uma Escola Secundária se propõe a educar os seus alunos
em conhecimento e consciência, de que está à espera para se educar a si próprio
e procurar esclarecimentos?
Mariana Cristo, aluna do 11.º LH e da Secção da Amnistia
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