Na sequência do falecimento do
realizador José Fonseca e Costa (1933-2015), e apenas para marcar de alguma
forma a importância que atribuímos à obra deste extraordinário criador, fica
aqui uma pequena nota de homenagem.
«Fonseca e Costa vinha da geração de cinéfilos e futuros
realizadores que deu corpo ao "cinema novo português", mas cedo se
tornou uma figura algo dissidente - até por uma questão de gostos. Uma vez
contava como, nas tertúlias do café Vává (lugar mítico para a cinefilia dessa
geração), era olhado de soslaio pela sua admiração por Antonioni, até ao dia em
que os Cahiers du Cinéma fizeram uma capa com o cineasta
italiano e ele pôde entrar, triunfante, exibindo a revista aos parceiros da tertúlia.»
Jornal Público, 1/11/2015
«O crítico e historiador de cinema Jorge Leitão Ramos, que
ultima uma biografia sobre José Fonseca e Costa, diz que ele foi o único
cineasta da sua geração "a conseguir conciliar a vontade do público com o
facto de querer fazer um cinema de autor. Da geração do Cinema Novo uns ficaram
acantonados no cinema de autor, com pouco público, e existiram outros que se
renderam à bilheteira. Ele conseguiu as duas coisas. Nunca fez filmes que não
fossem de autor, conseguindo apesar disso obter alguns êxitos históricos de
bilheteira.»
Jorge Leitão Ramos, Jornal Público,
1/11/2015
Obra:
Paulo Branco estava a produzir o último filme do realizador,
Axilas, baseado num conto do escritor Ruben da Fonseca.
A sua carreira de realizador ficou marcada por filmes como “O Recado” (1972), “Os Demónios de Alcácer Quibir” (1977) e Cinco Dias, Cinco Noites
(1996). Mas seria “Kilas, o Mau da Fita”
(1981) o seu filme mais famoso. Depois de Cinco Dias,
Cinco Noites (1996), filme premiado no Festival de Gramado, nos Globos de
Ouro em Portugal e selecionado para o Montreal World Film Festival, Fonseca e
Costa assinou ainda O Fascínio (2003) e Viúva Rica Solteira Não Fica (2006),
seus mais recentes trabalhos.
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