segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Realizador Fonseca e Costa

Na sequência do falecimento do realizador José Fonseca e Costa (1933-2015), e apenas para marcar de alguma forma a importância que atribuímos à obra deste extraordinário criador, fica aqui uma pequena nota de homenagem.




«Fonseca e Costa vinha da geração de cinéfilos e futuros realizadores que deu corpo ao "cinema novo português", mas cedo se tornou uma figura algo dissidente - até por uma questão de gostos. Uma vez contava como, nas tertúlias do café Vává (lugar mítico para a cinefilia dessa geração), era olhado de soslaio pela sua admiração por Antonioni, até ao dia em que os Cahiers du Cinéma fizeram uma capa com o cineasta italiano e ele pôde entrar, triunfante, exibindo a revista aos parceiros da   tertúlia.»                                                                                                                                                                   
 Jornal Público, 1/11/2015

«O crítico e historiador de cinema Jorge Leitão Ramos, que ultima uma biografia sobre José Fonseca e Costa, diz que ele foi o único cineasta da sua geração "a conseguir conciliar a vontade do público com o facto de querer fazer um cinema de autor. Da geração do Cinema Novo uns ficaram acantonados no cinema de autor, com pouco público, e existiram outros que se renderam à bilheteira. Ele conseguiu as duas coisas. Nunca fez filmes que não fossem de autor, conseguindo apesar disso obter alguns êxitos históricos de bilheteira.»
                                                                                                                                                                                                                     Jorge Leitão Ramos, Jornal Público, 1/11/2015
Obra:
Paulo Branco estava a produzir o último filme do realizador, Axilas, baseado num conto do escritor Ruben da Fonseca.


A sua carreira de realizador ficou marcada por filmes como “O Recado” (1972), “Os Demónios de Alcácer Quibir” (1977) e Cinco Dias, Cinco Noites (1996). Mas seria “Kilas, o Mau da Fita” (1981) o seu filme mais famoso. Depois de Cinco Dias, Cinco Noites (1996), filme premiado no Festival de Gramado, nos Globos de Ouro em Portugal e selecionado para o Montreal World Film Festival, Fonseca e Costa assinou ainda O Fascínio (2003) e Viúva Rica Solteira Não Fica (2006), seus mais recentes trabalhos. 

Sem comentários:

Enviar um comentário