A genética do ser humano em todo o
mundo varia bastante, de pessoa para pessoa, devido a mutações nos genes e às
misturas entre povos diferentes, que ocorreram em todos os países no mundo em
algum momento da sua história.
Analisando a história do nosso
país, é fácil apercebermo-nos das muitas intervenções que outras populações
tiveram nela, moldando a genética portuguesa até à atualmente existente.
Aproximadamente 50 mil anos antes de Cristo, ainda no paleolítico, reuniram-se
tribos na Península Ibérica que se pensam ter originado os genes a25-BIS-DR2 e
a26-B38-DR13, que se encontram na atual constituição genética do povo português,
genes que são extremamente raros, praticamente exclusivos de Portugal, o que
provoca, desde o princípio da existência do ser humano na Península Ibérica,
uma diferenciação dos portugueses para o resto dos povos europeus. Alguns
milhares de anos depois, a Península Ibérica volta a receber povos
estrangeiros, como os Bérberes que fugiam de uma África que começava já a
desertificar. A partir daí, o futuro território português, nos últimos três
milénios, continuou a ser muito instável, com as suas relações com
cartagineses, celtas, gregos e fenícios; pela sua conquista pelos romanos
durante vários séculos, seguidos pelos mouros que ainda mais tempo se
mantiveram no país e, finalmente, os escravos negros provenientes de África que
tiveram também uma grande influência genética no povo português, entre os
séculos XVI e XVII.
Depois de todas estas misturas
raciais e influências estrangeiras, é fácil concluir que Portugal se tornou num
país extremamente diversificado, muito distinto da maioria dos países no mundo,
o que é verificável até nas mais restritas aldeias no interior do país, como
pudemos constatar na primeira reportagem observada, onde é relatada uma parte
da história de uma pequena aldeia chamada Rio de Moinhos, no Alentejo, onde
seria de esperar que encontrássemos uma pequena comunidade nitidamente
portuguesa, uniforme e pouco variada e, no entanto, vemos uma grande caldeirada
genética, provocada principalmente pela introdução de negros e outros povos
portugueses na aldeia, por estes serem mais resistentes à doença da malária que
nessa altura assolava aquela terra.
Concluindo, Portugal é agora um
país tão variado e com uma população com uma genética tão vasta e diferente,
que não podemos ter razões para diferenciar as pessoas pela sua raça ou pelo
sítio de onde provêm, algo que é essencial para termos uma sociedade justa e
equilibrada, como a nossa.
Sem comentários:
Enviar um comentário