domingo, 26 de abril de 2020

Texto de opinião sobre os cavaleiros andantes da atualidade

Foi solicitado a alunos de Português de 11.ºano da escola que produzissem um texto de opinião sobre os cavaleiros andantes da atualidade, partindo do soneto "O palácio da ventura " de Antero de Quental. Como não podia deixar de ser, os alunos refletiram sobre o atual contexto, tão estranho quanto difícil ,e realçaram o altruísmo de muitos profissionais. Parabéns aos alunos pela sua capacidade de análise e crítica, mas também pelo reconhecimento demonstrado. Aqui fica uma seleção.



Cavaleiros andantes- a ínfima parte de um todo

Neste mundo cruel de difícil compreensão onde a ganância é tal e a necessidade de se afirmarem superiores também, é já difícil encontrar alguém que se preze. entre os demandos. Mas eles acabam por afluir, há sempre uma circunstância adversa que os faz distinguir dos restantes e afluir à tona, escapando assim fluentemente a todas as tentações. E não é assim tão complicado perceber o porquê destes serem tão poucos ou melhor dizendo tão pouco conhecidos… Eles recusam a fama, o mérito, o poder, a ambição pessoal em prol de algo maior, algo que por aparentar ser tão banal e garantido se torna desvalorizado, acabando por nos passar ao lado. Apenas são lembrados quando nos surge uma dependência à sua função, uma necessidade à sua criação.

Dizendo isto, refiro-me o todos os heróis da saúde que exercem funções durante o período de pandemia. Heróis não por usarem máscara, porque de facto dela necessitam, mas por não se deixarem acobardar pelo medo e fazerem frente ao dia de hoje para manter o de amanhã.

“Mas claro que não vale a pena pensar em situações drásticas, onde a realidade em questão não nos tem como ator principal… Será tudo uma perda de tempo refletir então sobre todos essas problemáticas tão distantes, preferindo ficar momentaneamente cego a todo o raio de luz que a chama ardente vai libertando, não deixando que esta tome conta das nossas emoções e nos faça acordar para a realidade”. Mas tanto agora estamos no topo como caímos vertiginosamente até ao rés do chão. Não digo que ajudemos para ser ajudados pois isso será novamente um ato interesseiro, mas sim ajudarmos porque somos seres humanos dotados de raciocínio suficiente para percebermos que juntos caminhamos mais depressa, que juntos caminhamos mais longe.

Acredito então que boa gente continua a existir trabalhando nas sombras para arranjar a luz que todos os outros pegadores pretendem ver quando acordarem.
Aluno 11ºCT1



Os "cavaleiros andantes" da época moderna

Os cavaleiros andantes eram considerados heróis para as populações, mas eram somente recompensados pela felicidade das pessoas. Hoje em dia também existem “cavaleiros andantes”, mas a estes é- lhes atribuído um maior valor e podem até ser recompensados.

Na minha opinião, os “cavaleiros andantes” da época moderna são pessoas que desempenham iguais funções às que os cavaleiros andantes desempenharam na Idade Média: ir de terra em terra, lutar por causas justas, defender os oprimidos e principalmente pôr em risco o seu próprio bem-estar para ajudar os outros. Só que atualmente quem desempenha estas funções não é chamado de cavaleiro andante, mas sim de ativista. Temos assim como exemplo de uma ativista a Greta Thunberg, que pôs em causa a sua educação ao faltar todas as sextas-feiras para ir protestar em frente ao Parlamento Sueco, exigindo aos governadores soluções para combater as mudanças climáticas, e com a ajuda/ participação de milhares ou até milhões de estudantes, todas as sextas-feiras há uma greve estudantil em vários pontos do mundo, em que todos os que  nela participam, partilham a mesma ideia, qual é o intuito de estudar e ter uma carreira se não vai haver um futuro devido as mudanças climáticas?

Outro exemplo de uma ativista é Malala Yousafzai que arriscou a sua própria vida, ao ter sido baleada na cabeça por talibãs, aos 15 anos, por ter-se manifestado contra a proibição dos estudos das mulheres no seu país, desde aí Malala luta pela educação universal de todas as crianças e foi a pessoa mais nova a ser laureada com um prémio Nobel em 2014, com o prémio Nobel da Paz.

Resumindo, hoje em dia temos bastantes exemplos de “cavaleiros andantes” modernos, os ativistas, mas estes conseguem passar a sua mensagem para todo o mundo e até serem recompensados pelo seu grande esforço de tornar a Terra um melhor sítio para viver.
Aluna do 11.º LH2
Os Cavaleiros da Atualidade

Na Idade Média existiam cavaleiros andantes, que eram cavaleiros que se sacrificavam para defender causas nobres, enfrentando muitas adversidades. É verdade que hoje não existem mais cavaleiros andantes como os dessa época, mas eu acredito que continuam a haver pessoas que pela sua nobreza de caráter podem ser consideradas verdadeiros “cavaleiros andantes”. Essas pessoas abdicam do seu bem-estar pessoal, ou em casos mais extremos, até mesmo arriscam a sua vida para fazer mudanças no mundo e para ajudar quem realmente necessita.

Quando penso em pessoas que defendem causas nobres, perante situação pela qual estamos a passar neste momento, não pode deixar de vir à minha cabeça todo o trabalho que os profissionais de saúde estão a desempenhar. Todos os dias médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de saúde, arriscam a sua própria vida ao tentar salvar outras pessoas e a tentar ajudá-las a recuperar. Muitos não podem estar com a sua família porque ao terem contacto com doentes arriscam-se a serem infetados e por isso já há meses que não estão perto, nem abraçam filhos, cônjuges ou outros familiares próximos. Estão exaustos, fazem turnos após turnos para tentar salvar o maior número de pessoas, mas em vez de pensarem no seu cansaço, continuam a lutar. Estes são cavaleiros modernos pois são altruístas e sacrificam-se a si próprios pelo bem comum.

Outro grupo de pessoas que também demonstram ser cavaleiros da atualidade são os professores. De repente, estes depararam-se com uma situação nunca antes vista. Sem ter grandes orientações e sem saber muito bem o que fazer, têm feito um esforço incansável para não desamparar os seus alunos. Os professores têm trabalhado horas sem fim para poderem dar aos seus alunos as melhores condições de acordo com as circunstâncias. E porquê todo este trabalho? Porque eles sabem que têm alunos de risco que não podem ser desamparados de repente, porque eles sabem que a vida dos seus alunos depende muito do que acontece nesta fase da vida deles, e porque eles sabem que o futuro de uma sociedade melhor e pronta para enfrentar adversidades depende da educação que recebem agora. Não será isto uma causa nobre? Eu penso que sim, e por isso considero todos os professores cavaleiros modernos.

Na minha opinião, hoje ainda existem muitos cavaleiros pelo mundo a defenderem causas nobres. Acima referi apenas dois grupos que demonstram ser cavaleiros atuais, mas existem muitos mais. Todas as mulheres que lutam pelos seus direitos num mundo cheio de desigualdade de género e arriscam a vida para fazer mudanças para as gerações futuras; todas as pessoas que lutam pelo ambiente, porque querem fazer uma mudança no nosso planeta para o bem comum, mesmo sabendo que têm a economia virada contra eles; todas a pessoas que lutam pelos direitos humanos em países que não se dá qualquer valor à vida… todos estes são cavaleiros modernos.

Como conclusão, todas estas pessoas que lutam por causas nobres e que demonstram ser corajosos por continuarem a lutar perante adversidades e que demonstram amor altruísta pelas pessoas ao seu redor, são cavaleiros andantes, e a estes devemos um grande obrigado. Agora cabe-nos a nós escolher se vamos ou não ser cavaleiros neste mundo. 
Aluna 11.º CT1


Os cavaleiros da atualidade

Na atualidade, é possível constatar a existência de “cavaleiros”, que não necessitam de cavalgar ininterruptamente para elevar o seu espírito altruísta e o seu valor profissional contra todas as adversidades. No meu ponto de vista, acho essencial enaltecer os profissionais de saúde e de educação como os principais “cavaleiros modernos”.

Relativamente aos profissionais de saúde, considero de extrema importância realçar e agradecer todas as suas tão simplesmente complexas ações, que não se retraem ao campo do tratamento dos doentes, mas que transcendem para um patamar restaurador de esperança e dador de sentido à vida dos mais fragilizados. Dentro deste grupo de “cavaleiros” com uma missão tão difícil, há uma qualidade que se sobrepõem a todas as outras, o altruísmo, ou seja, estes indivíduos são capazes de abdicar do próprio bem-estar e segurança, em prol da felicidade e saúde de terceiros, o que é verdadeiramente incrível.

Depois, acho essencial referir-me aos professores, quando abordo esta temática dos “cavaleiros”, os demais acabariam por me perguntar o que mais tinham feito os professores que todos os outros, e eu acabaria por afirmar que os professores, essas criaturas tão menorizadas pela sociedade, constituem o motor ativo do desenvolvimento, são os “cavaleiros” que, contra todas as adversidades e congelamentos, lutam diariamente pela formação de seres humanos corretos e capazes, que nem sempre correspondem à altura, uma tarefa bastante árdua que implica uma grande entrega e um pleno amor à profissão.

Em jeito de concluir a minha abordagem, volto a destacar o papel fulcral dos profissionais de saúde e educação na elaboração de uma sociedade justa e corretamente desenvolvida, mas considero que não é essencial pertencer a estas classes sociais para ser um “cavaleiro”, é apenas necessário adquirir uma razoável quantidade de altruísmo, que permita, por vezes, abdicar da felicidade pessoal em prol do bem-comum.

 Aluno 11.º CT1

Os cavaleiros da atualidade

É verdade que, atualmente, já não existem “cavaleiros andantes” como aqueles que tipicamente imaginamos: de espada e armadura reluzentes, combatendo os malfeitores e ajudando os mais necessitados com valentia e coragem incomparáveis. Contudo, nos dias de hoje, é graças a indivíduos que partilham as mesmas qualidades que os cavaleiros da Idade Média que nos é possível manter a esperança de que tudo acabará bem. Do meu ponto de vista, o papel de tais sujeitos na sociedade é fundamental.

Hoje, mais do que nunca, e tendo em conta a época histórica de pandemia pela qual estamos a passar, os médicos e enfermeiros constituem um grupo de pessoas essencial sem o qual não nos sobraria muito tempo antes que testemunhássemos o fim da humanidade tal como a conhecemos. O altruísmo, a resiliência, o espírito de sacrifício e o amor por ajudar aqueles que mais necessitam são características comuns a todos os que desempenham estas funções, alimentando a sua motivação para cumprir horários inimagináveis, de modo a manter viva a esperança coletiva de um amanhã melhor.

Os bombeiros são outro grupo de indivíduos que arriscam o seu bem-estar e, por vezes, até a vida, ao incorrerem em riscos extraordinários para auxiliar aqueles que se encontram em situações de grande perigo e, eventualmente, de morte. A sua intervenção foi indispensável em momentos incontáveis ao longo da nossa história. O incêndio florestal de Pedrógão Grande em 2017 constitui um dos exemplos mais recentes, próximos e pertinentes da ação dos bombeiros, sem os quais os danos e as mortes causadas por este desastre seriam incomensuravelmente maiores.

Em jeito de conclusão, a humanidade sempre dependeu daqueles que demonstram bondade, espírito de sacrifício e entrega para com o ser humano para que, quando se encontra em situações difíceis, consiga ultrapassá-las e evoluir com o que aprendeu com esses acontecimentos.
Aluno 11.º CT1



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