Parabéns ao VENCEDOR do mês de Dezembro! |
Já dizia Fernando Pessoa que «Todas as cartas de amor são ridículas», e esta não será
diferente. Porém, ao passo que cartas foram feitas para serem lidas, esta foi feita para ser
esquecida! Por norma, cartas servem como correspondência entre duas pessoas que se
encontram distantes, mas como posso eu escrever-te uma carta tendo-te tão perto e mesmo
assim tão longe? Foste o meu primeiro amor, e acredito que o único que alguma vez terei,
julgava-te esquecido e perdido naquilo a que chamo memórias, mas aqui estamos nós quase
cinco anos depois. As nossas conversas recorrentes voltaram e enquanto uma voz na minha
cabeça grita para parar, todas as células do meu corpo me levam até ti. Não consigo mentir e
dizer que este sentimento foi algo bom para mim no passado, sempre achei que a sensação de
me apaixonar seria mágica a feliz, mas não! Tu preferiste mostrar-me tudo o que o amor não é
suposto ser, e aqui estou eu cinco anos mais velha a escrever outra carta ridícula, outra que
nunca lerás, mas acima de tudo aqui estou sentada neste quarto escuro iluminado pelo ecrã
deste computador a perguntar-me:
-Porquê eu?
ÁLVARO CAMPOS
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